O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) do Banco Central (BC) deve manter a taxa Selic nos atuais 10,50% ao ano na reunião que começa hoje, terça (30/7), e que termina nesta quarta-feira.

Agentes do mercado financeiro preveem uma decisão por unanimidade, entre todos os diretores da instituição.

Economistas também esperam um comunicado mais “duro” do Comitê, por conta do comportamento da inflação.

Na última reunião, em 19 de junho, o Copom decidiu por unanimidade interromper o ciclo de cortes da taxa básica de juros — mesmo diante de críticas do presidente Lula ao presidente do BC, Roberto Campos Neto.

O centro da meta oficial para o IPCA é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. Economistas consultados pelo Banco Central, por outro lado, voltaram a prever inflação maior, com a expectativa para o IPCA passando de 4% para 4,05% neste ano, segundo último boletim Focus.

Em relatório, o Goldman Sachs apontou que as previsões de inflação para o final de 2024-25 devem aumentar ainda mais acima da meta, dado um real mais fraco frente ao dólar, deterioração adicional das expectativas de inflação, mercado de trabalho aquecido e atividade mais firme do que o inicialmente esperado.

Sérgio Goldenstein, estrategista-chefe Warren Investimentos, avalia que início do ciclo de corte de juros pelo Fed, muito provavelmente em setembro, tende a reverter de forma relevante o movimento de desvalorização do real, assim como a dissipação dos fatores conjunturais. Além disso, ele considera que as novidades recentes da política fiscal, com o anúncio recente de bloqueio e contingenciamento de despesa,s devem contribuir para a redução do prêmio de risco, ao indicar a intenção do governo de cumprir a meta fiscal e não a de alterá-la, apesar de permanecerem incertezas com relação à execução.

“Assim, julgamos que seria importante o Copom apontar que não se guia por movimentações de curto prazo da taxa de câmbio. Em suma, a política monetária tem que se submeter aos preceitos de cautela e serenidade e não à volatilidade de curto prazo dos preços de mercado”, afirma.

 

Fonte: Agência O Globo
Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil