Durante novas ofensivas em diferentes áreas da Faixa de Gaza, as Forças Armadas de Israel atingiram instalações da agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA, na sigla em inglês) na Cidade de Gaza e nos arredores de Khan Younis, no centro e no sul do enclave, respectivamente.
As autoridades israelenses afirmam que as instalações são usados como base para operações terroristas, o que as tornaria alvos legítimos. Nesta quarta-feira, o Exército ordenou a retirada de civis da capital.
O Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, confirmou a morte de ao menos 25 pessoas em um bombardeio no sul do enclave, na terça-feira.
O bombardeio aéreo, confirmado pelos militares israelenses, atingiu uma área adjacente à escola al-Awda, na cidade de Abasan al-Kabira, a leste de Khan Younis, uma região onde civis que se retiraram de outras áreas de conflito estavam acampadas.
As Forças Armadas israelenses disseram que o ataque tinha como alvo um terrorista ligado à ala militar do Hamas, que participou do atentado de 7 de outubro contra o país.
Os militares dizem ainda que foi utilizada “munição de precisão”, e que os relatos de civis feridos estavam sendo analisados.
O bombardeio foi o quarto, nos últimos quatro dias, a atingir diretamente (ou os arredores) de alguma área utilizada como abrigo por pessoas deslocadas pelo conflito.
Antes do ataque no sul, duas escolas da ONU no campo de refugiados de Nuseirat foram atingidas por operações, além de uma escola na Cidade de Gaza. A sequência de ataques provocou reações internacionais.
“Pessoas em busca de abrigo em escolas sendo mortas é inaceitável. Civis, especialmente crianças, não podem ser pegas pelo fogo-cruzado. Os ataques recorrentes a escolas pelo Exército de Israel precisam parar e uma investigação deve vir rapidamente”, escreveu o Ministério das Relações Exteriores da Alemanha, em uma publicação na rede social X, nesta quarta-feira (10).
No campo de batalha, os sinais são de que a guerra não vai ter uma trégua imediata. O Exército de Israel lançou panfletos na Cidade de Gaza nesta quarta-feira, com pedidos para que todos os moradores sigam para o sul do território palestino.
A mensagem, direcionada a “todas as pessoas presentes na Cidade de Gaza”, afirma que há “corredores de segurança” para seguir até o sul e alerta que a cidade “continua sendo uma zona de combates perigosa”.
Fonte: Agência O Globo
Foto: Bashar Taleb/AFP
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