Cabe ressaltar que nem todos os atletas citados estão confirmados nos Jogos Olímpicos, embora o Brasil tenha cotas garantidas em todas as modalidades listadas. Como os Comitês Olímpicos Nacionais têm autoridade exclusiva sobre a representação de seus respectivos países nos Jogos Olímpicos, a participação dos atletas nos Jogos de Paris depende de seus CONs selecioná-los para representar sua delegação em Paris 2024.
Dos citados, Nathalie Moellhausen (esgrima), Hugo Calderano (tênis de mesa) e Laura Amaro (levantamento de peso) já estão assegurados nominalmente para os Jogos Olímpicos Paris 2024, assim como o conjunto da ginástica rítmica obteve sua vaga coletiva.
PRINCIPAIS CANDIDATOS À MEDALHA INÉDITA
Tiro com arco
O Brasil nunca avançou além das oitavas de final do tiro com arco nos Jogos Olímpicos. As chances de superar a barreira e buscar uma medalha são reais, diante do retrospecto de Marcus D’Almeida no arco recurvo. Rumo à sua terceira participação Olímpica, o carioca lidera o ranking mundial e coleciona medalhas no ciclo. Levou prata e bronze nos dois últimos Campeonatos Mundiais, além de um ouro nas finais da Copa do Mundo 2023. Os melhores resultados são no individual masculino, mas Marcus levou a prata dos Jogos Pan-Americanos 2023 na equipe mista com Ana Luiza Caetano – também prata no individual feminino e atual 32 do ranking mundial.
Esgrima
Nathalie Moellhausen é candidata a inaugurar a galeria de medalhistas Olímpicos do Brasil na esgrima há tempos. Nascida em Milão, mas filha de mãe brasileira, a esgrimista optou por defender a seleção brasileira após competir pela Itália em Londres 2012. Na Rio 2016, Nathalie já conseguiu o melhor resultado do país em Jogos Olímpicos, com o sexto lugar na espada individual. Também conquistou um inédito ouro para o Brasil em Mundiais, em 2019. Porém, perdeu logo na primeira fase para a italiana Rossella Flamingo. Aos 38 anos, a brasileira é a quarta do ranking, com um ouro e quatro bronzes em etapas da Copa do Mundo desde 2023.
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Tênis de mesa
Hugo Calderano já tinha dado um passo além em Tóquio 2020, quando registrou o melhor resultado do tênis de mesa brasileiro, com a campanha até as quartas de final no individual e também por equipes. A esperança de um pódio inédito, de qualquer forma, se reforça com a crescente do mesatenista às vésperas de sua terceira participação nos Jogos. Sexto no ranking mundial, Calderano desponta como provável quarto cabeça-de-chave em Paris 2024, o que evita confrontos mais duros até as semifinais. O título do WTT Contender Rio de Janeiro 2024 foi sua principal conquista no ano, mas também pesam as vitórias contra os chineses Fan Zhendong e Liang Jingkun, ambos acima no ranking.
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Canoagem slalom
O Brasil constrói seu nome na canoagem slalom dos Jogos Olímpicos. Os veteranos das últimas edições deverão estar de volta, caso sejam convocados. Ana Sátila poderá fazer sua quarta participação Olímpica, após o décimo lugar em Tóquio 2020. No atual ciclo, a mineira de 28 anos ganhou quatro medalhas em etapas da Copa do Mundo, três no caiaque cross (novidade no programa Olímpico de Paris 2024) e o bronze recente no K1 em Augsburg 2024. Sátila também conquistou dois ouros nos Jogos Pan-Americanos 2023. No masculino, Pepê Gonçalves foi sexto na Rio 2016 e poderá estar pela terceira vez nos Jogos. São duas medalhas em Copas do Mundo no ciclo e a prata do K1 no Pan 2023.
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Ginástica rítmica
A oitava colocação é o limite Olímpico atual da equipe brasileira na ginástica rítmica, com as finais em Sydney 2000 e Atenas 2004. O ciclo atual, no entanto, guarda os melhores resultados da história da modalidade. Por duas vezes o Brasil ficou no top 6 do Campeonato Mundial de Ginástica Rítmica, em 2022 e 2023. Além disso, são 11 medalhas em etapas da Copa do Mundo nos últimos dois anos, incluindo três de ouro. O desempenho do conjunto costuma ser o mais destacado, mas individualmente Bárbara Domingos e Maria Eduarda Alexandre também registram boas marcas – embora mais distantes do pódio. O Brasil obteve uma cota individual, além do conjunto.
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PODEM SURPREENDER PELA MEDALHA INÉDITA
Ginástica de trampolim
A mera presença do Brasil na ginástica de trampolim em Paris 2024 já é histórica. Até então, o país só tinha sido representado como anfitrião na Rio 2016, mas nunca havia classificado atletas na disciplina. São duas cotas individuais, uma por gênero. Os Jogos Pan-Americanos 2023 foram exemplo da ascensão dos brasileiros, com três pratas e um bronze. Ao longo do ciclo, o Brasil pegou finais no Campeonato Mundial no individual (a prova Olímpica) e no sincronizado feminino, além do sincronizado masculino. As chances no feminino são maiores, com Camilla Lopes Gomes e Alice Gomes acumulando medalhas individuais e em duplas nas etapas da Copa do Mundo. Já no masculino, Rayan Dutra é o principal candidato.
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Saltos ornamentais
Lá se vão mais de sete décadas do melhor desempenho do Brasil nos saltos ornamentais durante os Jogos Olímpicos, o sexto lugar de Milton Busin no trampolim de 3m em Melbourne 1952. Ingrid Oliveira pode ir para sua terceira aparição Olímpica, com uma cota individual ao país na plataforma de 10m. Tem chances de melhorar o oitavo lugar ao lado de Giovanna Pedroso na plataforma de 10m na Rio 2016. A carioca de 28 anos faturou medalhas individuais em eventos da FINA no ciclo, além do bronze no Pan 2023 de novo com Giovanna Pedroso. Já no Mundial de Esportes Aquáticos 2022, Ingrid conseguiu uma histórica quarta colocação na plataforma de 10m e voltou a ser finalista no Mundial 2023.
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Levantamento de peso
O Brasil teve seus primeiros representantes no levantamento de peso nos Jogos Olímpicos em Melbourne 1952 e a quinta colocação foi o ápice do país – alcançada por Jaqueline Ferreira em Londres 2012, bem como por Fernando Reis e Rosane Santos na Rio 2016. Estreante em Jogos Olímpicos, Laura Amaro é quem possui o melhor retrospecto recente. A carioca de 23 anos ficou no Top 8 dos últimos três Campeonatos Mundiais, com destaque ao quarto lugar geral nos 76kg em 2021, quando ainda levou a prata no arranco. Já nos Jogos Pan-Americanos 2023, Laura foi bronze nos 81kg. Amanda Schott, bronze no arranco 87kg no Mundial 2021 e quinta no geral, é outra brasileira que obteve a vaga em Paris 2024.
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Triatlo
O Brasil nunca pegou top 10 no triatlo dos Jogos Olímpicos, com o ápice em Sydney 2000, graças ao 11° lugar de Sandra Soldan. As esperanças em Paris 2024 se renovam graças a Miguel Hidalgo, que poderá estrear nos Jogos aos 24 anos. Após diferentes medalhas na base, o paulista levou o ouro nos Jogos Sul-Americanos 2022 e nos Jogos Pan-Americanos 2023, tanto no individual quanto nas equipes mistas. Nono no ranking mundial, Miguel somou duas medalhas em etapas da Copa do Mundo em 2023 e foi sexto no Campeonato Mundial 2023. Ainda vale citar Manoel Messias, dono de duas medalhas em etapas do circuito mundial em 2023.
Fonte: UOL
Foto: dean@dutchtarget.com
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