O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira que o governo vai colocar propostas na mesa e manter um ritmo mais intenso de trabalho sobre a agenda de gastos, fazendo uma revisão ampla de despesas.

A fala, ao lado da ministra do Planejamento, Simone Tebet, ocorre numa semana de piora do mercado financeiro diante de uma percepção de que o governo não consegue tocar uma agenda de corte de gastos.

A percepção de que o governo federal não está comprometido com o equilíbrio fiscal ganhou força ontem depois de declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ministra do Planejamento. Lula disse que o déficit será reduzido pelo “aumento da arrecadação e queda na taxa de juros.”

Isso levou o dólar comercial à máxima do dia: R$ 5,42. A moeda encerrou o dia em alta de 0,86%, a R$ 5,4066 — a maior cotação desde 4 de janeiro de 2023, quando fechou em R$ 5,45. A Bolsa fechou na mínima do ano. A preocupação do mercado é que o governo não mostra estar disposto a cortar gastos para alcançar a meta fiscal, mesmo diante de sinais de esgotamento do ajuste apenas pelo lado das receitas.

Analistas citaram ainda a devolução, pelo Congresso, da medida provisória (MP) que limitava a compensação tributária do PIS/Cofins. Ocorrida na terça-feira, no fim dos negócios no mercado, isso foi visto como sinal de enfraquecimento do ministro da Fazenda.

 

Fonte: Agência O Globo
Foto: Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda