Estampados com girassóis, quebra-cabeças e/ou símbolo do infinito, os cordões se tornaram indispensáveis na ajuda com o trato de pessoas com deficiências invisíveis. Especialmente no caso de autistas, os objetos desempenham um papel crucial ao oferecer suporte em situações onde estímulos sonoros e auditivos podem desencadear crises. Pessoas ao redor que entendem o significado dos cordões podem fazer a diferença no acolhimento a esses indivíduos.

“Os cordões são essenciais para auxiliar as pessoas com deficiências ou transtornos invisíveis. Essa identificação não só facilita o acesso a serviços e benefícios, mas também elimina a necessidade de justificar constantemente sua condição para obter direitos, como prioridade em diversos serviços públicos e privados”, destacou Nayara Barbalho, coordenadora de políticas públicas para autismo da Sespa.

Entenda as diferenças entre os cordões:

Cordão de quebra-cabeça – Este cordão é um símbolo específico para pessoas com transtorno do espectro autista (TEA) e que também é considerada uma deficiência não aparente. Estabelecido pela ONU, facilita a identificação e acesso a diferentes direitos para pessoas com autismo.

Cordão de girassol – O uso do cordão de fita com desenhos de girassóis foi instituído por lei como símbolo nacional de identificação das pessoas com deficiências ocultas, que não podem ser observadas de imediato, como: a surdez, Transtorno do Espectro Autista (TEA) e algumas deficiências intelectuais, entre outras.

Cordão com Símbolo do infinito – O símbolo do infinito nas cores do arco-íris, conhecido como logotipo da neurodiversidade, representa a diversidade de expressão dentro do Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Objetivo – O propósito dos cordões é ajudar na identificação dessas pessoas em diversos ambientes, como lojas, supermercados, bancos e hospitais. É um meio de identificação, porém não substitui o laudo médico que comprova a deficiência. O objetivo também é promover a conscientização e o respeito aos direitos previstos. Os cordões podem ser encontrados em feiras e eventos organizados pela Coordenação de Políticas Públicas para Autismo (CEPA) da Sespa ou na internet.

O uso do cordão é o início de uma transformação, de um novo olhar da sociedade para quem é autista. Patrícia Castro e Pedro Castro, que participam da Feira do Empreendedorismo Inclusivo organizada pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), conhecem bem o assunto. Pais de duas crianças autistas, eles têm lutado pela inclusão de seus filhos. Com o uso dos cordões de identificação, encontraram uma forma de facilitar a compreensão das pessoas ao redor.

“Nossa filha mais velha, Kellen, de 18 anos enfrenta desafios com paralisia cerebral, microcefalia congênita e autismo nível 3 de suporte, enquanto nosso filho mais novo, Kevin, de 13 anos, tem autismo nível 2 de suporte e TDAH. Apesar do uso dos cordões, como um girassol ou cordão colorido, muitas pessoas ainda não reconhecem sua importância. É crucial conscientizar sobre o significado desses cordões, que não são apenas enfeites, mas símbolos que garantem a preservação e o respeito pelos direitos dessas crianças”, declarou a família Castro.

O que são deficiências invisíveis?

O termo se refere às condições físicas ou mentais que afetam a saúde e, consequentemente, a rotina do indivíduo. Porém, esses distúrbios são ocultos, como epilepsia, que provoca convulsões e perda de consciência, ou fibromialgia, que provoca intensas dores musculares. A ideia do cordão de girassol é difundida internacionalmente. E tem uma lista que reúne mais de 900 deficiências não aparentes. Outros exemplos são os transtornos do déficit de atenção, ansiedade social, asma, surdez, doença de Crohn, fobias, entre outras.

Serviço: O Governo do Estado promove diversas estratégias para garantir o acesso à cidadania, incluindo o Festival TEAlentos, que destaca as habilidades artísticas de pessoas com autismo, a emissão da Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo (Ciptea) e a Feira do Empreendedorismo Inclusivo e muitas outras atividades. Além disso, são oferecidos locais de assistência para pessoas com deficiência visual, física, auditiva e intelectual, como o CETEA e os NATEAs, que são dispositivos de saúde que oferecem atendimento qualificado para pessoas com Autismo e seus familiares.

Fonte: Agência Pará
Foto: Bruno Cecim